O Carrinho de mão.

| quarta-feira, 27 de outubro de 2010 | |
Isso aconteceu quando eu tinha 7 anos.

Quando a minha bisavó faleceu ela deixou a casa dela para a minha mãe (ela criou a minha mãe e adorava ela). Era uma casa muito, muito velha com dois quartos e uma enorme sala de jantar que foi convertida em um quarto para os meus quatro irmãos, minha irmã e eu (sim, nós éramos uma grande família). Minha irmã e eu dividíamos uma cama de casal que ficava em baixo da janela. A engrada da garagem era no mesmo lado da casa e era coberta com pedregulho.

Nos tínhamos esse velho carrinho de mão que ao invés de ter um pneu tinha uma roda de fero. Para nos divertimos nós colocávamos alguém no carrinho enquanto os outros empurravam ele pela entrada da garagem. A minha irmã sempre me colocava do lado da janela a cama. Era verão, então todas as janelas estavam sempre abertas. Numa noite, eu acordei com um som estranho. Eu não tinha certeza do que era, mas vinha do lado de fora da janela. Enquanto eu estava lá deitada eu reconheci o som. Era o carrinho de mão sendo empurrado devagar para frente e para trás, próximo da minha janela! Dava para ouvir o pedregulho sendo esmagado. Eu estava com tanto medo que nem podia me mover. Eu nem se quer abria os olhos. O que era mais assustador era que a janela estava escancarada. Eu sentia como se alguém fosse colocar a mão para dentro e me agarrar. Eu finalmente juntei coragem suficiente para beliscar a minha irmã para que ela acordasse. Ela estava dormindo tão pesado que levou três beliscões para acordar. No terceiro, eu belisquei o mais forte que podia. Finalmente, ela acordou e perguntou o que eu estava fazendo. Eu imediatamente falei "shssssssss!" para ela e em um tom de voz muito muito baixo eu falei para ela escutar. Eu abri os meus olhos para olhar para ela e tudo o que eu pude ver foi o branco dos olhos dela. E, nossa, eles estavam grande! Ela me sussurrou que quando contasse até três, nós iríamos correndo para o quarto da nossa mãe. Eu não me lembro se nós contamos até três, mas assim que eu senti ela se mover eu pulei e nós duas corremos. Nós começamos a martelar a porta do quarto da minha mãe quando ela finalmente perguntou o que nós queríamos. Nós falamos que ouvimos um barulho lá fora e ficamos com medo. Meu padrasto abriu a porta e nós pulamos na cama deles, tremendo e chorando. Nós contamos para eles o que tinha acontecido e o meu padrasto pegou um pedaço de madeira e correu lá para fora. Quando ele voltou ele falou que verificou todo o terreno e não achou nada. Eu perguntei se o carrinho de mão estava na entrada da garagem, e ele falou que não tinha visto ele em lugar nenhum!

Na manhã seguinte nós achamos o carrinho de mão no quintal. Eu não sei o que ou quem estava mexendo no carrinho, mas é algo que eu nunca vou esquecer!

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